Já tem gente me cobrando sobre a próxima exposição e, diga-se, com razão, porque estou mesmo atrasada nos posts. Mas é que a corrida tem sido grande, como sempre, e muitas outras coisas aconteceram. Mas vamos deixar as desculpas de lado e ir de fato ao que interessa.
Entre as coisas boas recentes esta a escolha deste modesto blog que vocês acompanham pela entidade inglesa Interior Design Degree Online’s, como um dos melhores blogs para aqueles que, como eu, amam a gravura. Acreditem: meu susto foi tão grande quanto o de vocês. Entrem no link http://www.interior-design-degree-online.org/printmakerse confiram! Visitem, é algo que realmente vale a pena. Principalmente o site do Artist Printmaker Online, que no guia do Interior designe aparece apenas como Artist Printmaker, no qual a Aine Scannell, amiga de longa data e colaboradora deste blog, também participa. Vale também a pena ficar de olho nos blogs que tratam da questão da gravura não tóxica.
Outro fato legal foi que, finalmente, saiu o link para a minha tese! É o http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-05072011-125442/
O PDF desconfigurou um pouquinho, posso garantir que a tese impressa é muito mais bonita de se ver (principalmente a capa, que foi lindamente desenhada pelo meu amigo Celso Andrade). De qualquer maneira, os que quiserem dar uma passadinha por lá para conferir a “famosa” serão bem vindos. E não se enganem com o aspecto “simplesinho” da tese. Acho que ela contém alguns tópicos que deveriam ser pensados por todos os que estão considerando um mestrado e/ou doutorado e que necessitam ser discutidos. Entre eles, talvez o principal, é a questão do texto (como e para quê?) na área de artes visuais. Dei o primeiro pontapé, bastante modesto, e espero a colaboração de novos jogadores para que esta bola possa ser tocada.
Finalmente, sobre o AMOR: MODOS E USOS, o próximo projeto, colocarei de agora em diante mais notícias sobre a exposição (que rola no próximo mês ) e que, pretendo, será pequena mas, do ponto de vista da pesquisa, para mim, muito importante por retomar alguns tópicos que andavam distantes da produção mais recente, como algumas investigações sobre o desenho e a retomada de um modo de fazer gravura mais próxima dos modelos clássicos. No caso, estou retomando a ponta seca como forma de pensar o trabalho.
Pretendo, aos poucos, ir postando alguns testes que estão sendo feitos (como as imagens ao final deste post), textos e algumas divagações sobre arte contemporânea nestas plagas que, inevitavelmente, surgem durante a preparação do trabalho. Tem também o link do OÇO (ateliê OÇO, onde ocorrerão exposição e conversas) e, principalmente, imagens e links de alguns artistas que acho interessantes e que estão ampliando as fronteiras da produção contemporânea no país e que, sinceramente, acho que todos gostarão de conhecer.
Mas, aproveitando o mote do Interior Design, vamos aproveitar o assunto gravura para falarmos um pouco mais sobre processos de trabalho. Costumo usar a gravura – e o desenho – como ferramentas importantes de organização mental. Nem sei se de fato vou utilizar as imagens que postei hoje, mas depois de afundar na internet em busca de imagens relacionadas à publicidade e que, muitas vezes, serviram de base para meu doutorado, senti necessidade de retornar ao desenho e suas variações, incluindo ai cores e tamanhos das produções neste meio. Como complemento natural veio à necessidade de voltar a uma gravura onde o desenho prevalece e que aconteça no preto e branco, ao contrário das imagens realizadas para o doutorado, que em muitos casos tinham um colorido bastante vivo e intenso.
Desenhar, usar as diferentes gradações de grafite, gravar utilizando diferentes meios que vão da xilogravura ao plástico cristal utilizado nas monotipias, ou ainda as investigações sobre um tipo de plástico que estou investigando para a ponta seca, tem a peculiaridade de me ajudar a organizar o pensamento e ir descobrindo, ou melhor, desvelando, as imagens que já estão se formando na cabeça, mas que ainda necessitam fazer o caminho cabeça-mão-papel. Desta maneira, as ideias vão tomando sentido, se alinhavando aos poucos, e o trabalho começa a fluir, até chegar o momento em que ele toma conta e me coloca, se não posso dizer em transe, ao menos à sua mercê, guiando-me através do fazer e das descobertas artísticas. Este processo nem sempre rende obras que serão expostas mas, além de prazeroso, é um convite a reflexão necessária a qualquer bom projeto na área de artes visuais.
As imagens abaixo são os primeiros elementos resultantes do processo de reflexão que resultará na exposição O AMOR... O engraçado é que, neste primeiro instante, surgiram as dificuldades presentes nos encontros entre os indivíduos, as conversas truncadas, a dominação e/ou submissão de quem deveria ser parceiro/a e companheiro/a de viagem pela vida (ou ao menos de um trecho dela). Enfim, as dificuldades de relacionamento foram o primeiro tema a aparecer no projeto. Como já disse, nem sei se serão utilizadas, provavelmente não, mas gostaria de dividir com vocês um pouco do meu processo de trabalho.
Nos próximos posts, vou tratar de artistas com preocupações semelhantes e que estão ampliando as margens na contemporaneidade. Entre eles, alguns representantes do sexo masculino. Afinal, este blog extremamente feminino é democrático também, e vamos colocar umas imagens que vão trazer algumas referências sobre como os moços estão tratando de problemas semelhantes.
Beijo grande a todos,
Rosana
Mais do que ela pode....
Ponta seca sobre papel. 35,0 x 22,5 cm. 2011
Conversa Franca.
Ponta seca sobre papel. 39,0 x 29,0 cm. 2011.
Nossa, que postagem longa!!! Mas como já havia dito, as imagens, calcadas no desenho, contrastam bastante com as do projeto anterior, que formaram o corpo do doutorado. Mas confesso que sinto esta necessidade de variação, para não cair no mesmo, sempre. Para mim é saudável, embora algumas pessoas estranhem esta variedade de meios para a produção de uma poética... Só um último toque: costumo trabalhar com dois, três projetos ao mesmo tempo. Portanto, as fotos da LINHA DA VIDA, que apareceram no último post, continuam sendo produzidas.
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