quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

INICIANDO O ANO!!!!!!!!!!!

Caros,

Sei que prometi pontualidade neste blog e juro que estou tentando! Porém, com o doutorado batendo à porta, fica um pouco difícil. Mas podem acreditar que vou continuar tentando.

Estes dias estive fotografando alguns trabalhos para o - já famoso - doutorado. Mexendo na gaveta encontrei alguns desenhos de uma sérei de 99 chamada "Diário da doença", sobre uns problemas de saúde que me pegaram de surpresa justamente quando estava para sair do país. Estive um ano fora, sob tensão, e quando cheguei fui operada às pressas. Acho que como forma de alívio fiz a tal série, que esta abaixo.

Creio que já falei neste blog da minha irritação com a falta de desenho no cenário contemporâneo brasileiro. Ainda difícil encontrar este moço por ai! Os desenhos abaixo nunca foram mostrados por aqui, mas ganharam uma sala exclusiva numa grande exposição no National Museum of Women in the Arts, em Washington, D.C., em 2001. Não é para ficar uma fera?! Ainda bem que tem internet, a gente vai divulgando a obra via blog, amigos....

Vou aproveitar a oportunidade para colocar um mini texto sobre ilustração anatômica. Adoro este tipo de desenho que investiga o corpo humano. Lembrando que nosso corpo  sempre foi objeto de artistas em todas as épocas e posso dizer, som sombra de dúvida, que é um dos meus objetos de pesquisa preferido. Para quem tiver acesso ao livro, cuja referência vai junto ao texto, vale a pena. O dito é danado de bom!

Beijo a todos e espero que curtam os desenhos,

Rosana












Obras da série Diário da Doença. Grafite, aquarela, acrílica e pastel sobre papel de algodão preparado. 38,3 x 29,0 cm. 1999.


Abaixo, o texto prometido, com a indicação da edição:

A ILUSTRAÇÃO ANATÔMICA


A Renascença viu surgir, no campo da arte, um novo dogma da teoria estética, segundo o qual uma obra de arte é uma representação direta e fiel dos fenômenos naturais. Essa concepção exigia que o artista se familiarizasse com a estrutura e as propriedades físicas dos fenômenos naturais a fim de retratá-los objetivamente e conhecesse as regras da perspectiva e matemática a fim de obter a exatidão representativa. A arte tornara-se científica. Nos séculos XV e XVI, a nova teoria estética achava-se totalmente definida e era aceita universalmente; portanto, era perfeitamente lógico que, em seus estudos de natureza, artistas como Andréa del Verrochio, Andréa Mantegna, Luca Signorelli, Antonio Pollaiuolo, Leonardo da Vinci, Albrecht Dürer, Michelangelo Buonarrotti e Raffaello Sanzio, para mencionar apenas alguns, se dedicassem com entusiasmo ao estudo detalhado do corpo humano. As ciências naturais modernas devem mais aos esforços desses artistas teorizadores do que a todos os comentários abalizados dos médicos sobre os gregos, os médicos medievais e seus intérpretes árabes. No entanto, não devemos nos esquecer de que, em meio ao progresso renascentista, o artista, assim como o médico, eram reacionários em sua busca do culto à antiguidade clássica. Artista e médico não estavam de todo separados, mas experimentavam desenvolvimentos paralelos (grifo meu).

SAUNDERS, J.B.DeC. e O’MALLEY, Charles D. Andreas Vesalius – De humani corporis fabrica, Epitome, Tabulae Sex – Ilustrações e Comentários dos Trabalhos Anatômicos. São Paulo, Ateliê Editorial/Editora UNICAMP/ Imprensa Oficial. 2003.