quinta-feira, 10 de novembro de 2011

MINI CURSO SESC BELENZINHO!!!!!!!!!!!

Olá meus caros, como vão?

Gente, este post é para divulgar um curso relâmpago (3 dias apenas) que darei no SESC Belenzinho sobre a presença negra nas Artes Visuais no Brasil. E o melhor de tudo: GRATIS!!! É só fazer a inscrição.

Portanto, apareçam, avisem os vizinhos, familiares, amigos....

Bj a todos,

Rosana


Ancestralidade Negra nas Artes Visuais do Brasil


Minicurso com a artista plástica e doutora em poéticas visuais

Rosana Paulino. Duração: 3 encontros.

Sala de Expressão Corporal 1. Grátis.
Quartas, dias 16, 23 e 30 de Novembro das 19h às 21h30.
Não recomendado para menores de 16 anos


SESC Belenzinho - Rua Padre Adelino, 1000 - Estação Belém do Metrô. Tel. 2076 97 00 http://email@belenzinho.sescsp.org.br

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O AMOR: MODOS E USOS - FECHAMENTO

Olá a todos!

Meus queridos, estou iniciando o processo de "Fechamento", se é que posso dizer assim, da exposição O AMOR: MODOS E USOS. Na realidade, um projeto nunca termina. O que encerra é a mostra, pois as ideias e, principalmente, o aprendizado, ficam na cabeça e futuramente deverão render novas obras, novas trocas com amigos, etc.

Mas é das trocas que vou falar hoje. Como todos sabem, tivemos duas conversas durante o período da exposição. Na segunda delas contamos com duas colaborações importantes: a primeira do crítico Alexandre Araujo, cujo texto em breve será disponibilizado aqui, e outra da jovem crítica Ana Amália Alves que gentilmente postou no blog CRÍTICA MARGINAL http://criticamarginal.wordpress.com/ o texto e as imagens abaixo. Esta foi uma bela contribuição para a exposição e para os debates ocorridos. A crítica e a discussão do ambiente contemporâneo são, infelizmente, algo que tem sido frequentemente subestimado pelos artistas. Os debates, as conversas, as trocas de informação, pontos de vista e ideias são fundamentais para o crescimento e democratização da produção visual realizada no país. Insisto, portanto, na importância do intercâmbio de conhecimentos entre os diversos agentes que atuam no circuito cultural, sejam eles artistas, críticos ou produtores (quando não tudo isto junto, fato que vem se tornando cada vez mais comum devido as peculiaridades do ambiente artístico brasileiro).

Abaixo vai o texto, bem como as fotos que ela fez no dia. Visitem também o blog, que é muito interessante e vale a pena conhecer. Mas deixo a Ana com a palavra.

Um abraço a todos,

Rosana


ROSANA PAULINO - O AMOS: MODOS E USOS.

Para quem ainda acha que a arte no Brasil é uma questão elitista, de um grupo fechado, distante das questões de seu povo, deixo esse post tanto no intuito de mudar essa visão, como de divulgar discussões existentes hoje, e talvez ainda não tão divulgadas. O Ateliê Oço, no último sábado (15/10/11), promoveu um debate com a artista em exposição agora, Rosana Paulino. Em uma tarde chuvosa, cerca de dez pessoas de diferentes áreas, sentadas em círculo, em meio às obras, discutiram arte.
A fala de Rosana Paulino, após apresentar um pouco de sua trajetória de consolidação como artista (que estudou no London Print Studio, e teve um percurso um tanto distinto por não passar primeiramente por galerias, mas já ser convidada para exposições), focou-se na chamada da classe artística a um posicionamento coletivo para lidar com a verba e notoriedade que a arte vem ganhando, nos últimos anos, no Brasil. Uma necessária consciência de classe, segundo Paulino, faz-se necessária com urgência – para que os investimentos não acabem por repetir os erros feitos até hoje, e as insuficiências da feitura e do acesso à arte não sejam perpetuadas. Como fazer com que os artistas/galeristas/curadores/público se posicionem coletivamente? Por meio de debates como esse, e maiores, e mais frequentes, e pela volta da prática formativa dos ateliês coletivos(1).
Rosana Paulino é uma artista preocupada com as opressões históricas sofridas pela mulher negra. O seu projeto artístico apresenta essa questão, revelando ora os pesos sociais que a mulher tem que carregar solitariamente e sem braços, ora a violência e as mutilações que o sexo feminino recebe de olhos vedados. Se, por um lado, suas obras possam incomodar por tornar visível aquilo que (pela repetição ao longo dos anos ou por qualquer outro motivo) se tornou invisível, por outro, provocam a mulher a tirar suas vendas e suas amarras, e a livrar-se de sua condição de gênero diminuído.
A exposição O amor: modos e usos tem fomento do Proac, e justamente por isso está localizada no Ateliê Oço. Rosana Paulino tem a preocupação de usar publicamente o dinheiro público investido em seu trabalho. Assim, essa portinha no meio do bairro da Liberdade, fora do circuito típico da arte em São Paulo, foi escolhido por ela com orgulho.
A temática do amor, as questões raciais e de gênero, por não serem preocupações comuns da arte contemporânea, foram seus temas nesse projeto. A exposição também é feita por técnicas não tão em voga na arte institucionalizada atualmente, como desenhos, gravuras e pequenas esculturas. Alexandre Araujo Bispo, o antropólogo que mediou a conversa, indicou a possibilidade de vermos essas obras como relações entre a democracia e as formas de viver a intimidade.
Em um trabalho artístico assumidamente ligado a questões políticas, Rosana Paulino mostra as relações possíveis da arte com o desenvolvimento da democracia, da educação e da ética - e inicia uma conversa para que o futuro das artes no Brasil seja pensado coletivamente. É um início de discussão mais que necessária, pois, como afirma a artista, “É a falta de coletividade que nos leva ao buraco”.
Para conhecer mais: Ateliê Oço – Galeria Cinesol (Praça Carlos Gomes, 115, Liberdade – São Paulo/SP). Exposição O amor: modos e usos. Curadoria e organização: Claudinei Roberto. De 10/09 a 22/10/2011. Descobriu isso tarde demais? Acompanhe http://www.atelieoco.com.br/.
(1) Sobre isso, a artista explica que os ateliês coletivos, a partir do início da formação dos artistas pelas universidades, vêm sendo modificados pela lógica do mercado, sendo vistos hoje como meros locais de trabalho. O que ela pensa é um passo além, tal qual o OÇO e alguns ateliês, principalmente na área da gravura (como o Piratininga), estão fazendo: funcionando como ateliê, escola, centro difusor e de discussão. Nas palavras de Rosana Paulino: “O que penso é a possibilidade de mais ateliês funcionando como o OÇO, gerando cultura. Eles poderiam formar uma ‘rede’ cultural, com ajuda pública ou não – embora ache que incentivos possam ser interessantes. Este tipo de rede formada por pequenos produtores, independentemente do tipo de prática artística, revitaliza locais problemáticos. Vide o entorno da Praça Roosevelt, ocupado pelo pessoal do Teatro. Também barateia políticas culturais e pode ser mais eficiente, pois pode criar vínculos duradouros e diferenciados com a população do entorno“.


Fotos:



1 – A artista Rosana Paulino em meio a antropóloga Valéria Alves e o artista Sidney Amaral.

Foto0367

2 – Obra Um ninho para o coração de quem se ama. 2011.

Foto0369

3 – Obra Ainda a lamentar. 2011.

Foto0366

4 – Fachada da exposição.

Foto0365

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Conversa ARTE: MODOS E USOS (cenas alternativas, alternativas a cena)

Conversa  ARTE: MODOS E USOS
(cenas alternativas, alternativas a cena)


 
Dando continuidade aos eventos ligados a exposição O AMOR: MODOS E USOS, chegamos ao momento da conversa ARTE: MODOS E USOS.

Neste bate papo, mediado pelo jovem crítico e curador Alexandre Bispo, serão levantadas questões sobre produção e difusão de arte, ausência de alguns temas na produção contemporânea, como se constitui o sistema de circulação das obras e dos artistas e, principalmente, como se dá a validação da obra de arte. Quem valida o quê? Qual o papel do artista? Como as instituições culturais se colocam diante da diversidade - de técnicas e temas - da cena contemporânea?

Conversa ARTE: MODOS E USOS (cenas alternativas, alternativas a cena).

QUANDO: Sábado, 15 de outubro.
ONDE: Ateliê OÇO. Praça Carlos Gomes 115 – Liberdade
HORÁRIO: 15 horas.

Veja também em:


http://rosanapaulino.blogspot.com/
http://www.atelieoco.com.br/
www.facebook.com/atelieocosp



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

CONVERSA NO OÇO!!!!!!!!! É SÁBADO!!!!!!!!

Olá crianças, como vão?

Convido a todos para a primeira conversa que teremos no ateliê OÇO, neste sábado, 15 hs. Vai ser uma conversa comigo, sobre a exposição, fatura dos trabalhos, escolha do tema, etc. A mediação vai ser do Claudinei Roberto, curador da exposição. Não deixem de aparecer.

EVENTO: CONVERSA COM A ARTISTA SOBRE A EXPOSIÇÃO O AMOR: MODOS E USOS.
DATA: Sábado, 24 de Setembro.
HORÁRIO: 15:00 hs.
LOCAL: Ateliê OÇO - Galeria CINESOL. Praça Carlos Gomes 115 - Liberdade (próximo a estação Liberdade do metrô).


POR AMAREM E CONFIAREM DEMAIS
Tecido, grafite, aquarela e costura. 180,0 x 161,5 cm – 2011.




quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O AMOR: MODOS E USOS. PRIMEIRAS IMAGENS.

Olá crianças, como vão?

Separei algumas imagens da montagem da exposição que abriu sábado. Deixando a modéstia de lado, ficou muito, muito legal mesmo. Fiquei bastante feliz.

Mas hoje não é dia de conversa, é de imagens. Separei alguns desenhos que poderão ser vistos ao vivo e a cores no OÇO. Coloquei tb algumas fotos da montagem. Em breve outras imagens farão parte deste blog, inclusive uma de um grande desenho, em aquarela sobre tecido. Uma vontade antiga, de desenhar sobre tecido e alargar o tamanho e a variedade do suporte.

Coloquei também o sensível texto do Claudinei Roberto, curador e locomotiva principal a mover o ateliê OÇO, sobre a mostra. Espero que apreciem.

Beijo grande e inté,

Rosana

O AMOR: MODOS E USOS POR CLAUDINEI ROBERTO

No panorama atual da arte brasileira, Rosana Paulino é um nome que, apesar da juventude, está sedimentado, fato que não parece limitar o alcance de suas inquietações.

Inquietação explicitada na ousadia de suas proposições, colocando no cerne dos debates que seu trabalho suscita sua condição de mulher e de negra. Mas a aspiração ao universal que anima sua sensibilidade transborda as margens dos conceitos que poderiam limitar o alcance de sua obra, tornando-a mera militante (ainda que talentosa) de uma causa feminista e antirracista.

A política sugerida no seu trabalho ganha então fórum mais generoso e próximo de certo ideal original quando, audaciosamente, inclui no seu repertório o Amor como mote de ação. Há uma conjugação de fazeres que redundam em estratégia clara contestando um discurso vigente que nas artes plásticas recusa o afeto, em prol de uma assepsia que torna a obra palatável ao gosto da voga internacional. Mas a proposição de Rosana Paulino seria incompleta se não incluísse o cuidado com a linguagem, se não significasse também um diálogo profícuo com a tradição do desenho, da gravura. Não se trata de uma ruptura e sim num aprofundamento carinhoso, mas não livre de tensão. Por último, mas não menos importante, é o espaço que ela elege para exibir o resultado desse seu recente esforço artístico. O projeto Cinesol do Ateliê OÇO é desde sua origem um espaço devotado à discussão e difusão da arte contemporânea em suas várias modalidades, dedicado à democratização e ao estudo/ensino dos saberes originados pelas operações poéticas engendradas pela arte, e que agora recebe orgulhoso o trabalho dessa artista singular.


Claudinei Roberto
Organizador – curador


Conversa com o curador Claudinei Roberto. Mais fotos sobre a montagem podem ser vistas no FLICKR do ateliê, em http://www.flickr.com/photos/48099287@N02/

Aranha, esticando e montando fios.


Proteção extrema contra a dor e o sofrimento 1
Grafite e aquarela sobre papel - 42,5 x 32,5 cm – 2011

 

Proteção extrema contra a dor e o sofrimento 2
Grafite e aquarela sobre papel - 42,5 x 32,5 cm – 2011



Casal em frente a um espelho.
Grafite e aquarela sobre papel - 42,5 x 32,5 cm – 2011

 

Por só ter olhos para você.
Grafite e aquarela sobre papel - 42,5 x 32,5 cm – 2011.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

ABERTURA DA MOSTRA O AMOR: MODOS E USO. É SÁBADO!!!!

Olá meus queridos, como vão?

Crianças, finalmente chegou a tão esperada abertura do projeto O AMOR: MODOS E USOS. O convite vai abaixo e vale a pena conhecer o Ateliê OÇO. Vou continuar postando, agora mais calma - Ufa! Exposição no ar, finalmente! - comentários sobre os motivos que levaram a este projeto, o Ateliê e a proposta deles, etc.

Por ser um projeto apoiado pelo PROAC - Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo, ou seja, dinheiro público, penso que é quase um dever fazer render as discussões que o projeto levanta. Escolher o OÇO como local de exposição não foi por acaso. O ateliê, que é um espaço independente formado por artistas e curadores, tem uma política muito séria sobre produção de arte, difusão, circulação, etc. Isto permite levantar alguns pontos sobre contemporaneidade que, insisto, necessitam ser discutidos, tais como a ausência de alguns temas na produção contemporânea, como se constitui o sistema de circulação das obras e dos artistas e, principalmente, como se dá a validação da obra de arte (Quem valida o quê? Qual o papel do artista? Como as instituições culturais se colocam diante da diversidade - de técnicas e temas - da cena contemporânea?), enfim, tem muitas questões que irei discutindo no blog durante o período da exposição e que, espero, possam ir lançando algumas sementes no meio das artes visuais, para ir fazendo "queimar a cabeça" do povo. É gente, produzir arte também passar por este tipo de reflexão!

Mas chega de discurso: ai vai o convite. Teremos também conversas no ateliê, que serão devidamente anunciadas com antecedência neste blog. Portanto, não percam.

Espero vocês por lá. É fácil chegar, fica ao lado da estação Liberdade do metro.

Beijo grande a todos,

Rosana

ROSANA PAULINO: O AMOR: MODOS E USOS.
CURADORIA: CLAUDINEI ROBERTO.
ATELIÊ OÇO/GALERIA CINESOL.
PRAÇA CARLOS GOMES 115 - ESTAÇÃO LIBERDADE DO METRÔ.
ABERTURA: 10 DE SETEMBRO, SÁBADO, 16:00 HS.
VISITAÇÃO: TERÇA A SEXTA, DAS 12:00 AS 18:00 HS. SÁBADO: DAS 14:00 AS 18:30.


Abaixo, alguns links do OÇO para quem quiser conhecer melhor:

http://www.atelieoco.com.br/
http://www.flickr.com/people/48099287@N02
https://twitter.com/#!/atelieoco
https://www.facebook.com/atelieocosp
http://www.youtube.com/user/atelieoco

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O AMOR: MODOS E USOS 2

Olá crianças, como vão?

Já tem gente me cobrando sobre a próxima exposição e, diga-se, com razão, porque estou mesmo atrasada nos posts. Mas é que a corrida tem sido grande, como sempre, e muitas outras coisas aconteceram. Mas vamos deixar as desculpas de lado e ir de fato ao que interessa.

Entre as coisas boas recentes esta a escolha deste modesto blog que vocês acompanham pela entidade inglesa Interior Design Degree Online’s, como um dos melhores blogs para aqueles que, como eu, amam a gravura. Acreditem: meu susto foi tão grande quanto o de vocês. Entrem no link http://www.interior-design-degree-online.org/printmakerse confiram! Visitem, é algo que realmente vale a pena. Principalmente o site do Artist Printmaker Online, que no guia do Interior designe aparece apenas como Artist Printmaker, no qual a Aine Scannell, amiga de longa data e colaboradora deste blog, também participa. Vale também a pena ficar de olho nos blogs que tratam da questão da gravura não tóxica.
Outro fato legal foi que, finalmente, saiu o link para a minha tese! É o http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-05072011-125442/
O PDF desconfigurou um pouquinho, posso garantir que a tese impressa é muito mais bonita de se ver (principalmente a capa, que foi lindamente desenhada pelo meu amigo Celso Andrade). De qualquer maneira, os que quiserem dar uma passadinha por lá para conferir a “famosa” serão bem vindos. E não se enganem com o aspecto “simplesinho” da tese. Acho que ela contém alguns tópicos que deveriam ser pensados por todos os que estão considerando um mestrado e/ou doutorado e que necessitam ser discutidos. Entre eles, talvez o principal, é a questão do texto (como e para quê?) na área de artes visuais. Dei o primeiro pontapé, bastante modesto, e espero a colaboração de novos jogadores para que esta bola possa ser tocada.

Finalmente, sobre o AMOR: MODOS E USOS, o próximo projeto, colocarei de agora em diante mais notícias sobre a exposição (que rola no próximo mês ) e que, pretendo, será pequena mas, do ponto de vista da pesquisa, para mim, muito importante por retomar alguns tópicos que andavam distantes da produção mais recente, como algumas investigações sobre o desenho e a retomada de um modo de fazer gravura mais próxima dos modelos clássicos. No caso, estou retomando a ponta seca como forma de pensar o trabalho.

Pretendo, aos poucos, ir postando alguns testes que estão sendo feitos (como as imagens ao final deste post), textos e algumas divagações sobre arte contemporânea nestas plagas que, inevitavelmente, surgem durante a preparação do trabalho. Tem também o link do OÇO (ateliê OÇO, onde ocorrerão exposição e conversas) e, principalmente, imagens e links de alguns artistas que acho interessantes e que estão ampliando as fronteiras da produção contemporânea no país e que, sinceramente, acho que todos gostarão de conhecer.

Mas, aproveitando o mote do Interior Design, vamos aproveitar o assunto gravura para falarmos um pouco mais sobre processos de trabalho. Costumo usar a gravura – e o desenho – como ferramentas importantes de organização mental. Nem sei se de fato vou utilizar as imagens que postei hoje, mas depois de afundar na internet em busca de imagens relacionadas à publicidade e que, muitas vezes, serviram de base para meu doutorado, senti necessidade de retornar ao desenho e suas variações, incluindo ai cores e tamanhos das produções neste meio. Como complemento natural veio à necessidade de voltar a uma gravura onde o desenho prevalece e que aconteça no preto e branco, ao contrário das imagens realizadas para o doutorado, que em muitos casos tinham um colorido bastante vivo e intenso.

Desenhar, usar as diferentes gradações de grafite, gravar utilizando diferentes meios que vão da xilogravura ao plástico cristal utilizado nas monotipias, ou ainda as investigações sobre um tipo de plástico que estou investigando para a ponta seca, tem a peculiaridade de me ajudar a organizar o pensamento e ir descobrindo, ou melhor, desvelando, as imagens que já estão se formando na cabeça, mas que ainda necessitam fazer o caminho cabeça-mão-papel. Desta maneira, as ideias vão tomando sentido, se alinhavando aos poucos, e o trabalho começa a fluir, até chegar o momento em que ele toma conta e me coloca, se não posso dizer em transe, ao menos à sua mercê, guiando-me através do fazer e das descobertas artísticas. Este processo nem sempre rende obras que serão expostas mas, além de prazeroso, é um convite a reflexão necessária a qualquer bom projeto na área de artes visuais.

As imagens abaixo são os primeiros elementos resultantes do processo de reflexão que resultará na exposição O AMOR... O engraçado é que, neste primeiro instante, surgiram as dificuldades presentes nos encontros entre os indivíduos, as conversas truncadas, a dominação e/ou submissão de quem deveria ser parceiro/a e companheiro/a de viagem pela vida (ou ao menos de um trecho dela). Enfim, as dificuldades de relacionamento foram o primeiro tema a aparecer no projeto. Como já disse, nem sei se serão utilizadas, provavelmente não, mas gostaria de dividir com vocês um pouco do meu processo de trabalho.

Nos próximos posts, vou tratar de artistas com preocupações semelhantes e que estão ampliando as margens na contemporaneidade. Entre eles, alguns representantes do sexo masculino. Afinal, este blog extremamente feminino é democrático também, e vamos colocar umas imagens que vão trazer algumas referências sobre como os moços estão tratando de problemas semelhantes.

Beijo grande a todos,


Rosana




Mais do que ela pode....
Ponta seca sobre papel. 35,0 x 22,5 cm. 2011


Conversa Franca.
Ponta seca sobre papel. 39,0 x 29,0  cm. 2011.

Nossa, que postagem longa!!! Mas como já havia dito, as imagens, calcadas no desenho, contrastam bastante com as do projeto anterior, que formaram o corpo do doutorado. Mas confesso que sinto esta necessidade de variação, para não cair no mesmo, sempre. Para mim é saudável, embora algumas pessoas estranhem esta variedade de meios para a produção de uma poética... Só um último toque: costumo trabalhar com dois, três projetos ao mesmo tempo. Portanto, as fotos da LINHA DA VIDA, que apareceram no último post, continuam sendo produzidas.





segunda-feira, 9 de maio de 2011

Encontros no SESC Belenzinho

Olá minhas queridas e queridos, como vão?

Por favor, não me xinguem pelo atraso em avisar sobre a oficina!

A partir de amanhã vou coordenar no SESC Belenzinho uma série de cinco encontros sobre desenho do corpo humano e contemporaneidade. Sei que esta em cima da hora, mas na semana passada teve a tese.... Juro que ainda não me recuperei até agora.

No mais, os que quiserem aparecer entrem no link http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=194065e vejam como funciona. Talvez não de para ir no primeiro, mas quem sabe no segundo.... e vamos ter, na falta de um, dois modelos: um masculino e outro feminino. Não é o máximo?! Teremos ainda textos e discussões sobre o assunto, imagens de obras de artistas que trataram do tema.... e algo muito importante: tudo GRÁTIS!Sinceramente, acho que vai ser muito bom.

Beijo grande a todos,

RosanA

sábado, 7 de maio de 2011

AGRADECIMENTO

Crianças,

Fiquei surpresa com o apoio recebido para a defesa da tese e as diversas manifestações de carinho recebidas. Vieram por e-mail, por telefone, por mensagens e, é claro, pela presença dos que estiveram lá no dia. A todos vocês meu muito obrigado.

Com toda esta torcida o resultado não poderia ser melhor: Nota Máxima, com louvor e distinção! Agora é comemorar!

Deixo vcs com as imagens que fecham a tese, e que discutem a questão da transferência de uma identidade feminina e negra. São fotos de 3 gerações da minha família: Lurdes, a matriarca, Sandra, minha irmã e Lia, que nos traz os búzios e a ideía de continuidade.

Um grande abraço carinhoso,

Rosana Paulino



Sem título. Da série A Linha da Vida. Fotografia digital sobre papel. 30,0 x 40,5cm. 2011.



Lurdes. Da série A Linha da Vida. Fotografia digital sobre papel. 30,0 x 40,5cm. 2011.



Sandra. Da série A Linha da Vida. Fotografia digital sobre papel. 30,0 x 40,5cm. 2011.



Lia. Da série A linha da Vida. Fotografia digital sobre papel. 30,0 x 40,5 cm. 2011.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Defesa da Tese! Finalmente!

Olá a todos,

Meus queridos e queridas,

Finalmente chegou o momento tão esperado da defesa da minha tese! Ela acontecerá na próxima 5a feira, 5 de maio as 10:00 hs da manhã no prédio principal da ECA. Portanto, os que quiserem - e puderem - estão convidados. Abaixo, o convite que, aliás, é a capa da Tese.

Beijo a todos,

Rosana





ROSANA PAULINO - IMAGENS DE SOMBRAS


DEFESA DA TESE DE DOUTORADO NA ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Onde:  Escola de Comunicações e Artes da USP. Avenida Prof. Lúcio Martins Rodrigues 443.
Local: Prédio Central da ECA/USP. 1o Andar, Sala Egon Schaden (102).
Quando: 05 de Maio de 2011 (Quinta Feira).
Horário: 10:00 hs.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

NOVAS PESQUISAS

NOVOS PROJETOS



Olá a todos, como vão?


Sei que não estou cumprindo minha promessa de ser mais constante nas postagens, mas estou tentando. A corrida é brava, sempre, mas a gente vai levando adiante, de pura teimosia.

Mas indo ao que interessa, estou trabalhando em um novo projeto, intitulado “O AMOR: MODOS E USOS”. Tenho me perguntado muito sobre a ausência de temas como o amor, as relações humanas e outros nas artes visuais contemporâneas. Aliás, isto aparece até mesmo na minha tese (Atenção: A defesa acontecerá em breve!!! Avisarei com antecedência!!!), como se pode ver no trecho abaixo:

Em minhas várias incursões por circuitos culturais dentro e fora do país, sinto que as discussões sobre as relações humanas, as questões sociais, os sentimentos, sobre o amor e outros temas do dia-a-dia andam escassos na produção contemporânea. Este fato parece incomodar uma parcela de artistas e curadores de diferentes tendências artísticas e nacionalidades. Submetida a uma agenda internacionalista regida não somente pela qualidade artística de seus produtores, mas também por fatores geopolíticos e financeiros, a proposta contemporânea varreu para fora do cenário artístico quase toda realização que não se debruça sobre uma meia dúzia de temas, na maioria das vezes autorreferentes. Investigações plásticas que não se sujeitam a esta agenda têm grande dificuldade para ocupar espaços onde poderão ser mostradas. De modo irônico, uma das bandeiras da contemporaneidade tem sido o binômio arte/vida. Porém, ao não discutir alguns temas como as relações interpessoais, as mudanças nas concepções de gênero etc., as artes visuais se afastam irremediavelmente da “vida” que tão desesperadamente tentam capturar em seus discursos sobre o fazer artístico. Estes tópicos, fortemente presentes em outras vertentes artísticas, como o cinema, o teatro, a literatura, a música, etc., parecem ter sido postos no limbo pela plástica contemporânea. O mesmo pode se dizer da arte que traz em si uma discussão política séria. Limitada em grande parte à produção das chamadas “minorias”, a participação de uma posição política em trabalhos de arte parece presente somente naqueles cujo calo é apertado quase diariamente. Ainda assim, estas realizações quase sempre são colocadas à parte nos circuitos contemporâneos.

Enfim, todo este falatório é para anunciar o novo projeto. Estou trabalhando nele agora. Iniciei com uma pequena série de gravuras, ponta seca e lixa sobre plástico, que é mais barato que o metal e dá um efeito que eu gosto muito. Imagens em breve neste blog. Mas alguns devem estar se perguntando sobre estas mudanças, estas idas e vindas entre assuntos mais “pessoais”, “particulares”, e temas mais ligados ao social. Explico: costumo trabalhar vários assuntos, às vezes ao mesmo tempo, porque para mim as coisas andam juntas. Não se separa o pessoal do político, do coletivo. Afinal, somos seres sociais, não? Mesmo em projetos como O AMOR, campos de tensão que perpassam os relacionamentos, jogos de poder, influências externas, modelos, etc., estão presentes também. Perdoem se estou sendo um pouco confusa. O trecho abaixo, retirado do projeto original e que foi contemplado com o PROAC 21, da Secretaria de Cultura, pode esclarecer melhor:

 
Além dos dados ligados as questões da produção contemporânea, o projeto O AMOR: MODOS E USOS procura pensar também as formas de “amor” presentes hoje e, principalmente, como a mídia vem construindo e/ou desconstruindo a maneira como costumávamos pensar este sentimento. Abundam manuais de autoajuda sobre como conquistar o amor. Os truques para nos tornarmos belos(as) e sedutores(as) se espalham por ai e as revistas, principalmente as femininas, estão recheadas de receitas sobre o caminho da felicidade. A sexualidade deve ser vivida, as receitas nos mostram que ela é tranquila e esta disponível para todos. Aparentemente, só não é feliz quem não quer, pois o caminho esta aberto. É só termos a disposição e, principalmente, o dinheiro para que se encontre sua alma gêmea, cara metade ou príncipe encantado.

As venturas e desventuras dos relacionamentos cotidianos, fartamente ilustrados por jornais, revistas, televisão e outros também serão alvos desta pesquisa.... Como um manual, O AMOR: MODOS E USOS irá relatar as complexidades deste sentimento e também suas tormentas e tragédias cotidianas. Num mundo onde mulheres ainda são diariamente mortas “por amor” surpreende a falta de interesse dos artistas sobre o tema. 

Como vocês podem ver este trânsito entre pessoal/social esta sempre presente. É claro também, como muitos que acompanham o blog já devem ter percebido, que o “tema” influencia a escolha da técnica e da maneira como ela será aplicada. No meu caso, quando inicio uma nova série ou projeto prefiro técnicas mais intimistas, como a gravura e o desenho, em formatos menores. Elas ajudam a organizar o pensamento. Daí as coisas “pequenas”. Nos trabalhos de dimensão política mais explícita, os formatos grandes imperam. Mas mesmo neles, geralmente, a discussão começou num formato pequeno.

Agora, vamos falar a verdade: tanto falatório sem imagens num blog de artista já é sacanagem! Por isso, resgatei um pequeno álbum, antiguinho, mas que eu gosto muito e praticamente não foi mostrado (alias, como várias de minhas obras. Salve o blog que permite mostrar tudo!). O nome do dito é “JONAS”. Aquele personagem bíblico mesmo. Escolhi estas imagens porque são bem pequenas, intimistas, e mostram bem esta maneira de pensar. E como nos últimos desenhos postados, que são do mesmo ano, também trabalham um momento difícil da minha vida. Então fiz esta “viagem” solitária, que muitas pessoas, como o Jonas bíblico, fazem. Mas, ao contrário dele, ainda espero minha redenção.



 JONAS. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.


A ESPERA. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.

 
O EMISSÁRIO. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.

 MOÇA LANÇANDO-SE AO MAR. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.

O ENCONTRO. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.


 A VIAGEM. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.


 AINDA NÃO REDIMIDA. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.


Crianças, espero que curtam as imagens que claramente dialogam com o expressionismo de Goeldi, de quem ainda vou falar neste blog. E aguardem as novidades do projeto e a data da Defesa da minha tese na USP.

Um abraço a todos,

Rosana

terça-feira, 22 de março de 2011

El Cuidado

Olá povo, como estão? Espero que bem.

Neste momento estou participando de um evento muito especial, chamado El Cuidado. Neste encontro, estão sendo discutidos novos paradigmas para a(s) sociedade(s). Ou mudamos, ou perecemos.

Este "conversatório" possui vários textos interessantes, de autores como Leonardo Boff, Bernardo Toro, Milton Caceres dentre outros. Trata-se de um encontro latino americano e os textos podem ser vistos e baixados no blog www.sabercuidar.net .

E eu, que faço? Estou produzindo um trabalho durante os três dias do encontro. Logo as imagens estarão no ar, mas aqui vai uma prévia, fotos de mãos dos participantes que estão sendo utilizadas na confecção de um enorme painel. Aguardem imagens do dito.

Bj a todos e mantenham-se plugado,

Rosana


Las Manos. Fotografia digital P&B sobre papel. 2011.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

INICIANDO O ANO!!!!!!!!!!!

Caros,

Sei que prometi pontualidade neste blog e juro que estou tentando! Porém, com o doutorado batendo à porta, fica um pouco difícil. Mas podem acreditar que vou continuar tentando.

Estes dias estive fotografando alguns trabalhos para o - já famoso - doutorado. Mexendo na gaveta encontrei alguns desenhos de uma sérei de 99 chamada "Diário da doença", sobre uns problemas de saúde que me pegaram de surpresa justamente quando estava para sair do país. Estive um ano fora, sob tensão, e quando cheguei fui operada às pressas. Acho que como forma de alívio fiz a tal série, que esta abaixo.

Creio que já falei neste blog da minha irritação com a falta de desenho no cenário contemporâneo brasileiro. Ainda difícil encontrar este moço por ai! Os desenhos abaixo nunca foram mostrados por aqui, mas ganharam uma sala exclusiva numa grande exposição no National Museum of Women in the Arts, em Washington, D.C., em 2001. Não é para ficar uma fera?! Ainda bem que tem internet, a gente vai divulgando a obra via blog, amigos....

Vou aproveitar a oportunidade para colocar um mini texto sobre ilustração anatômica. Adoro este tipo de desenho que investiga o corpo humano. Lembrando que nosso corpo  sempre foi objeto de artistas em todas as épocas e posso dizer, som sombra de dúvida, que é um dos meus objetos de pesquisa preferido. Para quem tiver acesso ao livro, cuja referência vai junto ao texto, vale a pena. O dito é danado de bom!

Beijo a todos e espero que curtam os desenhos,

Rosana












Obras da série Diário da Doença. Grafite, aquarela, acrílica e pastel sobre papel de algodão preparado. 38,3 x 29,0 cm. 1999.


Abaixo, o texto prometido, com a indicação da edição:

A ILUSTRAÇÃO ANATÔMICA


A Renascença viu surgir, no campo da arte, um novo dogma da teoria estética, segundo o qual uma obra de arte é uma representação direta e fiel dos fenômenos naturais. Essa concepção exigia que o artista se familiarizasse com a estrutura e as propriedades físicas dos fenômenos naturais a fim de retratá-los objetivamente e conhecesse as regras da perspectiva e matemática a fim de obter a exatidão representativa. A arte tornara-se científica. Nos séculos XV e XVI, a nova teoria estética achava-se totalmente definida e era aceita universalmente; portanto, era perfeitamente lógico que, em seus estudos de natureza, artistas como Andréa del Verrochio, Andréa Mantegna, Luca Signorelli, Antonio Pollaiuolo, Leonardo da Vinci, Albrecht Dürer, Michelangelo Buonarrotti e Raffaello Sanzio, para mencionar apenas alguns, se dedicassem com entusiasmo ao estudo detalhado do corpo humano. As ciências naturais modernas devem mais aos esforços desses artistas teorizadores do que a todos os comentários abalizados dos médicos sobre os gregos, os médicos medievais e seus intérpretes árabes. No entanto, não devemos nos esquecer de que, em meio ao progresso renascentista, o artista, assim como o médico, eram reacionários em sua busca do culto à antiguidade clássica. Artista e médico não estavam de todo separados, mas experimentavam desenvolvimentos paralelos (grifo meu).

SAUNDERS, J.B.DeC. e O’MALLEY, Charles D. Andreas Vesalius – De humani corporis fabrica, Epitome, Tabulae Sex – Ilustrações e Comentários dos Trabalhos Anatômicos. São Paulo, Ateliê Editorial/Editora UNICAMP/ Imprensa Oficial. 2003.