terça-feira, 26 de abril de 2011

Defesa da Tese! Finalmente!

Olá a todos,

Meus queridos e queridas,

Finalmente chegou o momento tão esperado da defesa da minha tese! Ela acontecerá na próxima 5a feira, 5 de maio as 10:00 hs da manhã no prédio principal da ECA. Portanto, os que quiserem - e puderem - estão convidados. Abaixo, o convite que, aliás, é a capa da Tese.

Beijo a todos,

Rosana





ROSANA PAULINO - IMAGENS DE SOMBRAS


DEFESA DA TESE DE DOUTORADO NA ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Onde:  Escola de Comunicações e Artes da USP. Avenida Prof. Lúcio Martins Rodrigues 443.
Local: Prédio Central da ECA/USP. 1o Andar, Sala Egon Schaden (102).
Quando: 05 de Maio de 2011 (Quinta Feira).
Horário: 10:00 hs.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

NOVAS PESQUISAS

NOVOS PROJETOS



Olá a todos, como vão?


Sei que não estou cumprindo minha promessa de ser mais constante nas postagens, mas estou tentando. A corrida é brava, sempre, mas a gente vai levando adiante, de pura teimosia.

Mas indo ao que interessa, estou trabalhando em um novo projeto, intitulado “O AMOR: MODOS E USOS”. Tenho me perguntado muito sobre a ausência de temas como o amor, as relações humanas e outros nas artes visuais contemporâneas. Aliás, isto aparece até mesmo na minha tese (Atenção: A defesa acontecerá em breve!!! Avisarei com antecedência!!!), como se pode ver no trecho abaixo:

Em minhas várias incursões por circuitos culturais dentro e fora do país, sinto que as discussões sobre as relações humanas, as questões sociais, os sentimentos, sobre o amor e outros temas do dia-a-dia andam escassos na produção contemporânea. Este fato parece incomodar uma parcela de artistas e curadores de diferentes tendências artísticas e nacionalidades. Submetida a uma agenda internacionalista regida não somente pela qualidade artística de seus produtores, mas também por fatores geopolíticos e financeiros, a proposta contemporânea varreu para fora do cenário artístico quase toda realização que não se debruça sobre uma meia dúzia de temas, na maioria das vezes autorreferentes. Investigações plásticas que não se sujeitam a esta agenda têm grande dificuldade para ocupar espaços onde poderão ser mostradas. De modo irônico, uma das bandeiras da contemporaneidade tem sido o binômio arte/vida. Porém, ao não discutir alguns temas como as relações interpessoais, as mudanças nas concepções de gênero etc., as artes visuais se afastam irremediavelmente da “vida” que tão desesperadamente tentam capturar em seus discursos sobre o fazer artístico. Estes tópicos, fortemente presentes em outras vertentes artísticas, como o cinema, o teatro, a literatura, a música, etc., parecem ter sido postos no limbo pela plástica contemporânea. O mesmo pode se dizer da arte que traz em si uma discussão política séria. Limitada em grande parte à produção das chamadas “minorias”, a participação de uma posição política em trabalhos de arte parece presente somente naqueles cujo calo é apertado quase diariamente. Ainda assim, estas realizações quase sempre são colocadas à parte nos circuitos contemporâneos.

Enfim, todo este falatório é para anunciar o novo projeto. Estou trabalhando nele agora. Iniciei com uma pequena série de gravuras, ponta seca e lixa sobre plástico, que é mais barato que o metal e dá um efeito que eu gosto muito. Imagens em breve neste blog. Mas alguns devem estar se perguntando sobre estas mudanças, estas idas e vindas entre assuntos mais “pessoais”, “particulares”, e temas mais ligados ao social. Explico: costumo trabalhar vários assuntos, às vezes ao mesmo tempo, porque para mim as coisas andam juntas. Não se separa o pessoal do político, do coletivo. Afinal, somos seres sociais, não? Mesmo em projetos como O AMOR, campos de tensão que perpassam os relacionamentos, jogos de poder, influências externas, modelos, etc., estão presentes também. Perdoem se estou sendo um pouco confusa. O trecho abaixo, retirado do projeto original e que foi contemplado com o PROAC 21, da Secretaria de Cultura, pode esclarecer melhor:

 
Além dos dados ligados as questões da produção contemporânea, o projeto O AMOR: MODOS E USOS procura pensar também as formas de “amor” presentes hoje e, principalmente, como a mídia vem construindo e/ou desconstruindo a maneira como costumávamos pensar este sentimento. Abundam manuais de autoajuda sobre como conquistar o amor. Os truques para nos tornarmos belos(as) e sedutores(as) se espalham por ai e as revistas, principalmente as femininas, estão recheadas de receitas sobre o caminho da felicidade. A sexualidade deve ser vivida, as receitas nos mostram que ela é tranquila e esta disponível para todos. Aparentemente, só não é feliz quem não quer, pois o caminho esta aberto. É só termos a disposição e, principalmente, o dinheiro para que se encontre sua alma gêmea, cara metade ou príncipe encantado.

As venturas e desventuras dos relacionamentos cotidianos, fartamente ilustrados por jornais, revistas, televisão e outros também serão alvos desta pesquisa.... Como um manual, O AMOR: MODOS E USOS irá relatar as complexidades deste sentimento e também suas tormentas e tragédias cotidianas. Num mundo onde mulheres ainda são diariamente mortas “por amor” surpreende a falta de interesse dos artistas sobre o tema. 

Como vocês podem ver este trânsito entre pessoal/social esta sempre presente. É claro também, como muitos que acompanham o blog já devem ter percebido, que o “tema” influencia a escolha da técnica e da maneira como ela será aplicada. No meu caso, quando inicio uma nova série ou projeto prefiro técnicas mais intimistas, como a gravura e o desenho, em formatos menores. Elas ajudam a organizar o pensamento. Daí as coisas “pequenas”. Nos trabalhos de dimensão política mais explícita, os formatos grandes imperam. Mas mesmo neles, geralmente, a discussão começou num formato pequeno.

Agora, vamos falar a verdade: tanto falatório sem imagens num blog de artista já é sacanagem! Por isso, resgatei um pequeno álbum, antiguinho, mas que eu gosto muito e praticamente não foi mostrado (alias, como várias de minhas obras. Salve o blog que permite mostrar tudo!). O nome do dito é “JONAS”. Aquele personagem bíblico mesmo. Escolhi estas imagens porque são bem pequenas, intimistas, e mostram bem esta maneira de pensar. E como nos últimos desenhos postados, que são do mesmo ano, também trabalham um momento difícil da minha vida. Então fiz esta “viagem” solitária, que muitas pessoas, como o Jonas bíblico, fazem. Mas, ao contrário dele, ainda espero minha redenção.



 JONAS. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.


A ESPERA. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.

 
O EMISSÁRIO. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.

 MOÇA LANÇANDO-SE AO MAR. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.

O ENCONTRO. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.


 A VIAGEM. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.


 AINDA NÃO REDIMIDA. Linóleo colorido sobre papel. 17,5 x 25,0 cm. 1999.


Crianças, espero que curtam as imagens que claramente dialogam com o expressionismo de Goeldi, de quem ainda vou falar neste blog. E aguardem as novidades do projeto e a data da Defesa da minha tese na USP.

Um abraço a todos,

Rosana